Acessibilidade
Nas ultimas décadas a construção civil e a arquitetura
passaram por diversas adaptações para atender as pessoas com necessidades
especiais. Afinal, somente na cidade de São Paulo
existem cerca de 3 milhões de pessoas com a mobilidade reduzida.
A acessibilidade
resume-se na possibilidade de acesso a um lugar para deficientes físicos.
Consiste na inclusão dessas pessoas para o uso de produtos e serviços presentes
em uma determinada população, visando sua adaptação e locomoção, eliminando as
barreiras.
Atualmente em alguns tipos de construções já é
obrigatória a adequação dos ambientes para atender as pessoas com necessidades
especiais garantindo a mobilidade, seja
com ou sem ajuda de aparelhos específicos, com utilização segura e autônoma do ambiente. Novas construções devem ser
planejadas seguindo as normas, e reformas devem se adequar as mesmas.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT) define através da NBR 9050 como devem ser as adaptações relacionadas a
acessibilidade.
Segundo a norma, uma pessoa utilizando cadeira
de rodas ocupa um espaço de cerca de 0,80m por 1,20m no piso (módulo de
referência), sendo necessário para a rotação de 360º um espaço de 1,50m de
diâmetro.
Conforme
a tabela a seguir, as informações essenciais aos espaços nas edificações devem
ser sinalizadas de forma visual, tátil ou sonora:
A sinalização tátil do piso é um tipo de
sinalização muito importante para a acessibilidade, podendo ser do tipo de
alerta ou direcional. Ambas devem ter cor contrastante com a do piso, e podem
ser sobrepostas ou integradas a ele.
É importante lembrar que as rotas de fuga e
saídas de emergências devem ser sinalizadas com informações visuais e sonoras.
Em áreas de acesso e circulação os pisos
devem ser antiderrapantes,e recomenda-se evitar o uso de estampas e contrastes
que causam a impressão de insegurança. Todos os tipos de desníveis devem ser evitados em rotas acessíveis, os de até
5mm não necessitam de tratamento especial.
Preferencialmente, grelhas e juntas de
dilatação devem estar fora do fluxo principal de circulação, e as tampas de
caixas de inspeção e de visita devem estar totalmente niveladas com o piso onde
se encontram.
As rotas de fuga que tenham escadas de emergência,
devem possuir áreas de resgate reservado e demarcado para cadeirantes, e devem
ser dimensionadas conforme o módulo de referência citado anteriormente.
Rampas
Para calcular a inclinação de rampas,
utiliza-se e seguinte equação:
Onde:
i é a inclinação, em porcentagem;
h é a altura do desnível;
c é o comprimento da projeção horizontal;
Escadas
Para escadas fixas em rotas acessíveis é
recomendável a largura de 1,50m, sendo 1,20m o mínimo admissível. Os corrimãos das escadas fixas e das rampas
devem ser instalados em ambos os lados dos degraus isolados.
Portas
As portas, devem ter um vão livre mínimo de
0,80m e altura mínima de 2,10m, inclusive portas de elevadores.
Calçadas
Para facilitar a circulação dos pedestres as
calçadas devem ser rebaixadas junto às travessias,sinalizadas, com ou sem
faixas. A largura dos rebaixamentos deve ser igual a largura das faixas de
travessia, e a inclinação do rebaixamento deve ser constante e não superior a
8,33%.
Vagas para veículos
Falando sobre veículos é importante ressaltar
que as vagas preferenciais devem ter sinalização horizontal e possuir largura
de 2,50m e quando afastada de faixas de pedestres devem contar com um espaço
adicional de 1,20m para circulação. Em um estacionamento que possua de 11 a 100
vagas é necessário pelo menos 1 vaga reservada. Acima de 100 pelo menos 1%
dessas vagas devem ser reservadas.
Sanitário
Visando garantir a mobilidade autônoma, as
medidas mínimas necessárias para sanitários são 1,50m x 1,50m, lembrando que o
usuário precisará realizar manobras, e com essas dimensões será possível
somente uma forma de transferência, por exemplo a transferência lateral.
Para boxes de chuveiros é necessário uma área de transferência externa ao boxe que permita a aproximação paralela, devendo ser no mínimo 0,30m maior que a parede onde o banco estará fixado, conforme mostra a imagem abaixo:
Na parede ao lado do banco devem ser
instaladas duas barras de apoio ou uma barra em “L”. A barra de vertical, com
no mínimo 0,70m de comprimento e altura de 0,75m do piso, e distância de 0,45m da
borda frontal do banco. A barra horizontal, com comprimento mínimo de 0,80m, e
0,75m de altura do piso.
O piso do boxe para o chuveiro pode ter um
desnível de máximo 1,5cm do restante do sanitário.
Os lavatórios devem ser suspensos, a uma
altura de 0,78m a 0,80m do piso acabado, e com altura livre mínima de 0,73m na
parte inferior frontal. A tubulação deve estar a no mínimo 0,25m.
Para locais de reunião, como cinema, auditórios e teatro
é necessário planejar as rotas de fuga. Com relação aos assentos preferenciais são
necessários espaços exclusivos para cadeirantes. Em ambientes com 200 assentos
no mínimo 2% devem ser exclusivos para pessoas portadoras de necessidades
especiais.
Para explicar a norma de uma maneira mais simples, usaremos como exemplo um prédio comercial de pequeno porte. Assista o vídeo para entender melhor:
Concluindo, o cuidado da acessibilidade para pessoas portadoras de necessidades especiais é fundamental e mais do que isso: parte da lei. Com o estudo pode-se ver que os cuidados não são de grande transtorno para a construção e também resolvem grande parte do problema social.
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